O cromo é um mineral encontrado na natureza
de duas formas, uma (Cr+6) tóxica aos seres vivos, encontrada em água e solo
contaminado com resíduo industrial, e outra (Cr+3) naturalmente presente nas
células animais, que exerce o efeito potencializador da ação da insulina,
resultando em melhor captação de glicose sanguínea. A ausência desta forma de
cromo na dieta de pessoas saudáveis pode elevar o nível de glicose no sangue
acima da faixa de normalidade (99 mg/dl).
A recomendação do Comitê de Nutrição dos EUA
estabeleceu, em 1989, que a ingestão diária de 35 microgramas seria suficiente
para evitar aumentos indesejados de glicose no sangue em pessoas sem doenças e
adequado estado nutricional, a literatura propõe, no entanto, que lactantes
deveriam consumir 45 microgramas de cromo. Já a Organização Mundial de
Saúde (OMS) não estabelece um valor seguro exato para a ingestão de cromo, mas
relata que dosagens de 125 a 200μg/dia além da dieta habitual pode favorecer o
controle glicêmico e melhorar o perfil lipídico. A forma mais segura de
ingestão suplementar de cromo é na forma de Picolinato de Cromo (CrPic3)
ou Cromo Quelato.
Pesquisas mais recente indicam que o cromo também
exerce outras funções metabólicas, como o favorecimento de síntese de proteína
muscular, tornando-se assim elemento de pesquisa em duas novas frentes:
prevenção de diabetes tipo II e o uso por atletas.
Vale ressaltar que a biodisponibilidade de cromo em
geral é baixa, apresentando valores que não ultrapassam 3%, daí a necessidade
de ingerir quantidades maiores para que possa ser absorvido. Há também outros
fatores que interferem na absorção. Fitatos (presente nas leguminosas como feijão,
ervilha, lentilha, grão-de-bico, em algumas nozes e
também nos cereais como arroz, trigo, milho, aveia, centeio
e seus farelos) e minerais como zinco, ferro e vanádio inibem a
sua absorção, já aminoácidos, oxalatos (presentes no espinafre, beterraba, cacau
em pó, acelga, pimenta, gérmen de trigo), vitamina C e amido
agem como estimuladores.
O objetivo de se sugerir o cromo como
suplemento alimentar, voltado para o esportista, não decorre apenas da
preocupação da ocorrência de deficiência orgânica, mas principalmente porque o
cromo pode favorecer a via anabólica por meio do aumento da sensibilidade à
insulina, que, por sua vez, estimula a captação de aminoácidos e,
consequentemente, a síntese proteica, aumentando a resposta metabólica
adaptativa decorrente do próprio treinamento. Este fato pode acarretar em
aumento do componente corporal magro devido ao ganho de massa muscular.
Alguns estudos indicam que os efeitos relacionados
à sensibilidade à insulina são desencadeados com doses equivalentes a
1.000μg/dia, o que representa 13μg/kg de massa corporal (estimando uma massa
corporal média de 75kg). Todavia, cabe ressaltar que o exercício associado à
suplementação de cromo no intuito de melhorar o controle da glicemia pode
diminuir a necessidade de ingestão desse mineral.
Alimentos fontes de cromo
Estudo realizado por Silva (2014) identificou uma
série de alimentos fontes de cromo:
• Cereais e derivados: em especial a aveia
e o pão francês
• Leguminosas: feijão,
soja e ervilha
• Frutas: açaí, morango, banana (ressaltando
que sementes e cascas de frutas em geral possuem maior teor de cromo)
• Hortaliças e derivados: beterraba,
cenoura, espinafre, extrato de tomate, farinha de mandioca e vagem
• Carnes: alcatra, peito de frango, filé de
peixe
• Outros alimentos: castanha do Brasil,
castanha de caju, amêndoa, achocolatado em pó
Contraindicações
A sua ingestão deve ser acompanhada por
profissional médico e/ou nutricionista no caso de pacientes com anemia e
outras deficiências orgânicas de ferro, já que o cromo compete como ferro
pela ligação com a transferrina, proteína responsável pelo transporte de ferro
recém-absorvido.
Referências
GOMES, M.; ROGERO, M.; TIRAPEGUI, J. Considerações sobre cromo, insulina
e exercício físico. RevBrasMed Esporte _ Vol. 11, Nº 5 – Set/Out, 2005 PAIVA,
A. Suplementação oral com picolinato de cromo em pacientes com diabetes tipo 2:
um ensaio clinico randomizado. Tese de Doutorado em Ciências da Saúde. UFRGN.
2015. SILVA, L. Teor de cromo em alimentos e ingestão dietética de cromo por
atletas de basquetebol. Tese de Doutorado em Produção Vegetal. UENF. 2014
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